sábado, 22 de outubro de 2011

Resumo do livro: O que são pessoas deficientes

RIBAS, João Baptista Cintra. O que são pessoas deficientes. São Paulo: editora brasiliense, 2003

Escrito por: Ana Valéria Nunes de Almeida, Anastácio Souza Junior e Fernanda Salgado Machado

Principais ideias do texto:

A sociedade construiu um modelo de “deficiente”, ou seja, sempre que pensarmos em uma pessoa deficiente, será aquele modelo pré-estabelecido pelos valores sociais, valores estes que nos remetem a incapacidade, à submissão, a piedade, ineficiência, a subestimação, entre outros.

Ao nascer uma pessoa deficiente em um seio familiar, onde estes valores sociais estão embutidos, comumente nos deparamos com familiares e sociedade despreparados para recebê-los e acabam por segregar, superproteger e em muitos casos rejeitar essa pessoa dita “anormal”, pois irá dar trabalho, não saberão como cuidá-la, tem medo do que poderá surgir ao longo do tempo, usando aquela frase conhecida por nós como: “Tenho preocupação com meu filho, pois se eu morrer, quem assumirá esse fardo, essa responsabilidade?”.

De fato é um caso a se pensar, tendo em vista que não foi dada, tanto pela família, como mesmo pela sociedade, envolta de valores discriminatórios, a devida possibilidade de reabilitação da pessoa deficiente, levando em consideração que ela pode sim ser independente e se estimuladas suas potencialidades e “tratada” de forma respeitosa, no sentido amplo de sua palavra, poderá contribuir muito para família e a sociedade.

As pessoas com deficiências, já no primeiro contato com uma unidade social que é a família, muitas vezes já são criadas com valores negativos, como a subestimação, o olhar de piedade, são diminuídas, comparadas com modelos de perfeição corporal e mental, separadas das pessoas não deficientes, com o intuito de “não atrapalhar”, e isso acaba por contribuir para uma retração, desânimo, um sentimento de inferioridade, de rejeição, principalmente na fase da adolescência, onde encontram as primeiras verdadeiras dificuldades perante o meio social que lhes cobrará um corpo organizado, com um bom funcionamento, não permitindo qualquer “defeito”, e nessa faixa começam a enxergar efetivamente as “diferenças” e separá-los e até mesmo eles próprios acabam que por si fazendo percorrendo esta via de mão única.

Vale também para os deficientes adquiridos, que tem internalizado estes valores negativos presentes na sociedade e quando acabam por portar uma necessidade especial seja ela por acidente, por doença ou outros, se isolam, possuem auto piedade, o sentimento de incapacidade, pois trazem para si, os sentimentos valorativos que tinham para com uma pessoa deficiente.

Citações literais do texto

O que me parece claro, não obstante, é que a “reabilitação simplificada” for a campo e se deparar com a diversidade social em que se encontram as pessoas deficientes que moram em subúrbios, periferias, favelas, cortiços, meio rural desprivilegiado etc., se deparará também com uma questão política”

“Parte das famílias não estão preparadas para receber um membro deficiente. Acredito mais: que não estão preparadas porque receberam toda carga ideológica que reina no interior de nossa cultura. Deste modo, as reações podem ser as mais variadas: rejeição, simulação, segregação, superproteção, paternalismo exacerbado, ou mesmo piedade”.

“A maioria das pessoas deficientes localiza-se na camada baixa da população. É fácil saber por quê? Porque a população mais pobre esta mais sujeita à carência de alimentação mínima necessária, à falta de higiene, à moradia em habitações precárias, à falta de saneamento básico, aos acidentes que podem trazer como consequência o nascimento de crianças deficientes ou à aquisição da deficiência"

Reconhecimento do conteúdo

A leitura nos remete as discussões em sala de aula acerca de parte do processo histórico de segregação das pessoas deficientes. Neste caso a começar muitas vezes pela família, que acabam por ter uma concepção de educação seguida pelos ditames dos valores sociais, ou seja, uma visão de que o deficiente não é capaz de. Muitas vezes, pais escondem a deficiência dos filhos, muitos não aceitam pelo fato do olhar que têm sobre ser deficiente, não crendo que possam ser independentes, que possuem capacidades e habilidades que precisam ser desenvolvidas e que sentem, que pensam, raciocinam, de acordo com suas limitações. Para o autor, ninguém sofre com a deficiência e sim com o estigma que existe sobre portadores de necessidades especiais, tendendo ao fracasso, pois se a meio social que o rodeia não crê que possam seguir uma vida normal, acabam por fazer muitas vezes que os deficientes acreditem e internalizem estes valores.

Questionamentos a partir da leitura

Os deficientes são excluídos da sociedade?
Na verdade são separados, Para que haja uma integração da pessoa portadora de deficiência, é necessário que esta ocupe o mesmo espaço no trabalho das pessoas não-portadoras de deficiência e não seja segregada, isolada num canto da empresa.

Podemos considerar que, principalmente um deficiente congênito, sofre com suas deficiências?
Não até um período da infância, pois nunca conheceu uma situação diferente da qual ela vive, ou seja, de não deficiência. Chegada certa idade, começa a ser distinguidos pela sociedade como “anormais”, olhando os e tratando os de uma forma diferente. A partir desde momento começam os obstáculos, o sofrimento.

Podemos colocar todos os portadores de necessidades especiais em qualquer curso da educação formal, sem observar as condições físicas da instituição e o apoio pedagógico?
Não. Qualquer família ao procurar uma escola para seu filho independentemente do grau de especialidade, ele deve observar além de muitos detalhes: a estrutura física da escola ou curso de formação sistemática, o apoio pedagógico, as adaptações do ambiente para a locomoção do aluno. Além de avaliar como a família pode ajudar de forma precisa no apoio a escola, para juntos melhorar o desenvolvimento do aluno no âmbito escolar e social.

Considerações finais
Um texto simples. Fácil entender porque trata de assuntos da realidade. A leitura foi importante por que pode se observar, a visão autor sobre o tema, esta atento abordando com precisão e linguagem clara, além de situar exemplos claros e preciso a respeito das dificuldades sofridas pelos deficientes no mundo competitivo do trabalho, inclusão e formação educacional. 

Tendo em vista que os valores sociais para com os deficientes são negativos e nos ajudou a compreender como a família afeta diretamente e principalmente e muitas vezes negativamente o progresso dos filhos deficientes, tanto no que diz respeito ao cognitivo, social, afetivo, psicológico. O aprendizado adquirido com a leitura do texto nos faz refletir sobre o importante papel do professor e dos pais na ascensão e no êxito em todos os aspectos de vida dessas pessoas, pois a partir dos estímulos, meios e métodos adequados, tendo em vista que a educação baseada numa perspectiva inclusiva, no sentido certo da palavra, somente tem a contribuir para a mudança neste cenário.

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